segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Arcano sem nome

Ontem foi domingo, dia 30/08, e nesse ano pandemico até agosto passou voando. Talvez seja alguma benevolência da existencia diminuir o ano onde a gente ta enclausurado e lidando com todos os fantasmas. Ontem fizemos um churrasco e - de novo - esqueci de tirar a carta, mas ok, assumirei que faz parte da jornada, como da vida, esses gaps. Ainda não decidi se depois dessa eu vou pro oráculo da Terra ou se engreno o Nosotras. Desconfio que ficarei com o oráculo, que desde que foi comprado ainda nao teve o prazer de ser estudado. Mas enfim, não é sobre isso o texto de hoje. Eu acordei feliz e disposta como ha muito não acontecia, pensando em como encaixar Yoga e aulas de jump e doutorado e arrumação da casa e aula de inglês, e organização de viagem, e jenga com os meninos e mediação de conflitos e pão caseiro e tudo mais. Segunda feira é um ótimo dia, apesar de ainda ser 31 de agosto, eu posso fingir que na verdade é dia 0 de setembro e ser mais feliz. Dani resolveu ficar em casa hoje pela manhã pra podermos acordar com calma e planejar algumas coisas, ia ser um dia feliz. Mas algo começou a dar errado quando eu entrei no quarto pra trabalhar e não achei o carregador do computador - que já estava sem bateria - e não consegui trabalhar. Fiquei chateada porque Daniel não estava e ajudando a procurar e mais chateada ainda porque o locar onde eu ia procurar estava uma zona de tranqueira do Dani. Briguei, me senti mal, gritei, saí de casa pra ver se estava no laboratório. Não estava. Lá eu sentei pra me acalmar e, resolvi tirar logo a minha carta do tarot de hoje. Enquanto embaralhava pensei " hoje tem bem cara da Morte". E não deu outra, saiu o arcano sem nome - que ao longo do tempo os oraculistas chamaram de morte. Mas não pense, caro leitor, que aqui existe algum tipo de intuição divina. Quase todo dia quando vou tirar as cartas eu penso isso enquanto embaralho " hoje tem cara de...." e nunca acerto. E aí, os dias que eu não acerto ninguém fica sabendo, só as coincidências são compartilhadas em tom de influencia do destino. Mas, fato é que tirei a morte e ela fala de coisas que vão independentemente das nossas vontades. Eu sou apegada, eu não quero que nada vá. Engraçado que, das cartas " ruins" do tarot ( blablabla, nenhuma carta é ruim, todas as cartas tem luz e sombra, etc etc) a morte sempre foi minha preferida. Talvez por ter a ver com o meu signo... mas hoje não. Hoje a morte foi pesada e dolorida. Mas ainda vou me levantar de novo e tentar encaixar tudo que eu queria no meu dia zero de setembro.

sábado, 29 de agosto de 2020

O diabo

Ontem, dia 28/08/2020, até era um dia que super dava pra eu ter tirado a carta, mas acabei postergando, postergando e esqueci completamente! Acabou que ontem foi um dia super curioso. Eu conversei com a Thais sobre o Vinicius - que nao foi na consulta - e em como fazer ele começar pelo menos esse tratamento. Ia ligar pra ele, mas acabei esquecendo tb. Mas algo maravilhoso aconteceu, a Princesa Léa voltou!!! Depois de mais de uma semana foram de casa, ela voltou. Magra, mas sem machucados nem nenhuma avaria maior. rs. Queria ter tido uma carta pra ontem. rs. Mas vou tirar aqui a carta de hoje, que to sozinha, Dani vai fazer 24h de plantão e eu vou ter que dar conta dos meninos. A carta de hoje foi o Diabo. Não é uma carta que eu goste, mas acho melhor quando elas saem do começo pro meio da jornada. Meu medo é encerrar as jornadas com cartas assim, e ficar meio perdida do que vem depois, como agir. rs. Então, acho que das cartas apreensivas, falta só a lua. ( Se bem que na outra jornada meus dias do sol/força forma bem difíceis)...

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O mundo, A torre, A Temperança

Bom, vamos de três em três que é melhor que nao escrever! Essa semana corri bastante pra entregar a prévia do Artigo pro Henrique e achei que ficou bom, afinal. Mas ainda to lidando pessimamente com o tempo. Segunda feira foi um dia bem dificil, eu e Daniel temos tido algumas farpas, a gente tem brigado por bobagem sem necessidade, acho que todo mundo tá muito nervoso... ele tem brigado muito com as crianças - que estão, de fato, enlouquecidas, imagino que por conta do isolamento social. o dia foi cheio de pequenas farpas e eu achei que ia sair a torre, ou o diabo. MAs não, saiu o mundo - tirei já na hora de dormir. Ontem, eu passei o dia todo as voltas com meu artigo pra tentar fazer o negócio fluir, saí correndo pra aula de tecido e como que por milagre o movimento que eu to tentando fazer ha SEMANAS saiu super bem. Suuuuuper bem. Nem sei como fiz isso ontem, mas fiz. E fiz 3 vezes!!!! Acho que desbloqueou alguma coisa e fluiu. Chegando em casa, terminamos um módulo da Escola Ayni e conseguimos conversar sobre as crianças. Sempre que vejo os vídeo de lá eu renovo minhas forças pra continuar tentando fazer o melhor com os meninos e enxergo o quanto do erro ta em mim... a gegten fica num ciclo " ja tentei de tudo" e achando que só eles dão problema, mas na verdade a gente dá váááriosss problemas. Aí, no meu dia de super esforço e superação me sai quem? Ela, a torre. Ainda bem que eu tirei no final do dia e nao fiquei ansiosa com a carta. Eu não sei ainda se confio no tarot. Algumas coisas nao fazem muito sentido, não entendo ainda como relacionar as coisas na minha vida mas, ainda assim, escolhi comprar mais um deck - de mitos, no ruim no ruim eu fico conhecendo mais mitologia! auhauhuhauhauahuaha vai entender! Por fim, hoje, que eu acordei com toda calma do mundo, tentando ser melhor pras crianças, me sai a temperança <3 essa sim parece fazer algum sentido! Hoje tenho aula de tarde, queria comer churrasco. Queria que os meninos acalmassem o espirito deles também mas provalvemente pra isso eu preciso focar e acalmar o meu! Vai rolar

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O carro, A justiça e a Imperatriz, todo mundo junto

Essas foram as cartas de sabado, domingo e segunda, respectivamente. Eu não tive tempo de escrever no final de semana, Daniel fez 24h de plantao de sexta pra sabado e mais 24h de ontem pra hoje, logo a casa, as crianças, o planejamento, tudo ocupou mto tempo e nao rolou escrever. Pois bem, vou tentar resumir e contar uma histórinha de epifania ainda. Sabado foi uma bosta. O começo é sempre mais bosta mesmo. Tentei ser o mais leve possível com as crianças, mas eu tava exausta, com preguiça e sem vonta de de existir. O dia até que não foi dos piores ( amém sol que voltou a brilhar), mas de tarde o Vic dormiu e eu acabei cochilando junto. Tive a merda da paralisia do sono e fiquei presa sem conseguir acordar mto mto mto tempo. Indo e voltando pra algum sonho bizarro, acordando sem conseguir acordar de verdade, quando enfim despertei já eram 16:40h e isso era um prenuncio de noite de merda. Que foi - de fato - mas nao por causa do Vicente, que até dormiu bem - e sim por causa dos mais velhso que alopraram e ficaram gritando por tudo no meio da noite. Enfim. Esse foi meu dia do carro (que foi retirado de noite). No domingo, Danie chegou cedo, consegui dormir um cado mais, tive uma manhã maravilhosa com mariducho, e acabou que o dia fluiu bem. A noite foi um cado frustrada, pq eu pretendia por o bebe pra dormir cedo e ficar fazendo coisas de noite, mas não rolou e dormir também. Mas tudo bem, foi melhor já. Também tirei minha carta de noite e saiu a Justiça. Mas agora vem o papo que nao tem nada a ver com a história, e que é apenas um insight que eu levei nada mais nada menos que DOZE ANOS PRA TER. Pois bem, eu tive um amor da vida antes dos meus atuais amores da vida. Um ex namorado que surgiu do nada e que me ensinou a pegar morcego. Que brotou no final da faculdade quando eu já tava um pouco ansiosa porque não conseguia definir o que eu ia fazer depois, e ele me trouxe - junto com o projeto pró morcegos - um reorganizar de rumos. Eu encontrei o campo, o mato, a pesquisa, os morcegos, a minha monografia e um namorado, tudo junto e misturado. E foi um amor TÃO intenso, por todas essas coisas juntas, que eu não conseguiria explicar. Foi a primeira vez que eu senti que eu tinha achado o "felizes pra sempre". Eu dormia do lado da cachoeira e acordava com o sol nascendo, eu fazia pesquisa de campo de verdade, eram 3 noites acampada - as vezes sem barraca - comendo comida no fogareiro e dormindo ao relento com o despertador tocando pra me lembrar de ir na rede pegar os morcegos. E isso era tão perfeito, tão tudo que eu sonhei na vida, que o namorado que veio junto, encaixava tão bem nisso tudo, que eu levei muito tempo pra dissossiar. Não é papo de ex, porque eu fiz questão de não apagar os registros (pela primeira vez, ja que eu sou a pessoa que queima diários) então se você, leitor desavisado (supondo que existam) voltar aqui nos registros de 2008 vai ver que eu sempre falei da minha "sirene" em relação a esse namoro. Eu sentia um desconforto, uma sensação de " vai dar merda isso", não era uma paz constante. Mas, sim, amei muito, por 3 anos, essa pessoa, que encaixava não só como namorado, mas como personificação de tudo que eu sonhava pra minha vida, de campo, de bióloga, de mar, de natureza, de vida. Era um sonho realizado. Mas, fato é, que o namoro não deu certo. Por mil motivos em algum momento não ia rolar mais. Mas como tirar ele de todo o resto onde ele estava inserido? Como continuar com os morcegos e a pesquisa e retirar só essa parte? Por um tempo não consegui, seguimos trabalhando juntos e foi péssimo. Ele fazia parte da pesquisa que eu ainda estava realizando naquele momento e precisava ser terminada. Tentei ver ele o minimo possivel, mas nem sempre rolou, e sempre doeu. Pesquisa concluída, eu estava grávida, de um outro amor. Que encaixava maravilhosamente bem em um outro sonho meu, o de ter familia e filhos e casa e amor de café da manhã. E aqui, eu tive um puta problema, eu queria a familia, mas eu queria o mato, o campo, o cheiro do alvorecer no meio do nada. Mas eu não conseguia encaixar mais, e aí eu simplesmente chutei a pesquisa, chutei o campo, os morcegos, o mato, chutei tudo. Não dava pra encaixar a gravidez, o bebe, a familhucha no campo. Deixei. Vivi por 3 anos sem pegar num morcego, sem acampar, sem acordar com o nascer do sol. Tendo sonhos e pesadelos e eu sentia TANTA falta que em alguns momentos eu me perguntei se eu sentia falta do meu ex, e ficava tentando elaborar na minha cabeça como poderia ter sido se eu não tivesse terminado e ficado com ele e tudo que ele representava, mas eu nunca consegui criar um universo onde a gente teria sido feliz, não ia, não dava. Mas eu sentia falta e não entendia. Em 2016 eu resolvi voltar a pesquisar, mudamos de estado, veio o doutorado, a empolgação com o campo, mas não era a mesma coisa. As vezes eu cruzava com alguma informação sobre esse ex no meio do caminho (afinal, mesma área né?) e eu sentia falta de alguma coisa ali, ao mesmo tempo que toda vez eu tinha mais certeza que aquela pessoa não tinha nada a ver comigo e que não tinha mesmo como continuar aquele namoro, alguma coisa fazia falta... mas eu nunca entendi o que era. 2020, pandemia, trancados em casa, meu doutorado virou outra coisa e de novo, nada de campo. A última vez que peguei um morcego foi em janeiro. POIS BEM, eis que mergulhamos de corpo e alma num projeto chamado "tribo na estrada", onde vamos, eu, Dani e os meninos, rodar a América do Sul no nosso carro. Acampando, acordando com o sol, vendo o mar, sentindo o cheiro do vento frio. Vendo coisas que nunca vimos, descobrindo lugares que nunca pisamos. E aconteceu a epifania!!!!!!!! Eu nunca senti falta do meu ex namorado, eu sentia falta daquilo tudo que a gente vivia, dos lugares mágicos que a gente conhecia juntos, do mar, do céu azul gelado, da vida que pulsa cada vez que a gente chega perto da natureza... e eu durante o nosso namoro, lááááá em 2008, misturei tanto um com o outro - a maravilha da natureza e o romance - que quando sentia uma falta absurda, não entendia muito bem do que era. Hoje quando vim aqui abrir o blog pra escrever do final de semana, puxei os textos de 12 anos atrás e tive a confirmação. Meu amor tava sempre entranhado com as cachoeiras, com o cheiro do mato, com dormir sob as estrelas. Queria agradecer à Camila de 2011, que mesmo sem entender direito, levou em frente o buraco no peito quando terminou esse namoro. Porque de fato não dava mais, e ganhou de presente uma ausência que ela nunca entendeu, mas que ela corajosamente carregou. Acabou. Demorou, mas eu entedi de onde vinha a ausência. Ansiosa por todo cheiro de vida, de mar, de nuvem, de frio que eu ainda tenho pela frente. E hoje é dia da Imperatriz <3

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

A sacerdotiza

Hoje eu tinha vários planos de fazer minha reunião no laboratório. Ia acordar cedo, ir pro lab, fazer a reunião e depois as tarefas pendentes da matéria de escrita em inglês. Seria produtivo. Vicente de madrugada teve outros planos, fez xixi, molhou a cama toda, ficou com frio. Vai catar roupa pra trocar, pra secar, pra não acordar os irmãos. Se amontoa todo mundo na mesma cama porque ta fazendo 5 graus. Dormi toda torta. Mas o homeoffice tem suas vantagens e pude levantar só 30 min antes da reunião, tomar um café preto e ficar na cama embaixo das cobertas. A Reunião foi boa, me deu uma sensação de que eu não to TÃO atrasada quanto eu imaginava, de que talvez esteja tudo quase bem. rs. De que eu vou dar conta! Dani tem sido muito mais centrado que eu, que to enlouquecida por causa de todo caos. Quando consigo me organizar a vida flui tão melhor, tão mais suave....hoje por exemplo, eu consegui por o bebe pra dormir, ligar a aula do Mateus, abrir meu tarot e me planejar pra escrever. Preciso demais desenferrujar tudo isso. Hoje saímos com a Sacerdotiza, que me lembra demais minha ex sogra <3 Menos coisas que li e mais coisas que eu sinto aqui. Preciso de mais tempo, ta cada vez mais dificil organziar tudo que eu queria correndo sempre. São 18:05. Preciso fazer a janta.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O imperador

O dia hoje acordou gelado. Chove ha uma semana e parece que ta chegando uma frente fria aqui no Brasil. Ta frio e molhado.Eu odeio. Dani parece cansado, eu me sinto o tempo todo culpada. Culpada por nao estar trabalhando como devia, nem cuidando da casa, nem nada. Fico enrolando, reclamando, me ressentindo. Não devia ser assim. Hoje Dani trabalha o dia todo e eu sinto um buraco na vida quando ele não ta em casa. Parece romantico, mas acho preocupante na verdade. A carta de hoje veio como o imperador. Eu não gosto dessa figura autoritária e impositiva. Ja percebei que não gosto de nenhuma representação de poder e hierarquia. MEu problema como o imperador, os reis, e a figura do papa. Queria hoje poder largar tudo, mas meu orgulho me diz que eu preciso terminar esse doutorado pra pegar meu diploma e fazer vários nadas com ele. Com 50 anos talvez eu ache inutil tudo isso. Não vejo a hora de sair pelo mundo com minha familia o tempo todo. <3

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O dependurado

Hoje o dia começou esquisito, eu acordei no comecinho da manhã com uma chuva caindo muitooooooo forte. Lembrei que nao tinha pago algumas coisas e fiquei chateada, que eu não to funcionando direito. Que as coisas não estão fluindo. Os meninos começaram a acordar, eu tava até bem desperta, mas aí Dani levou eles pra fora e fechou a porta e eu capotei de novo. Tive uns sonhos estranhos, sonhei que tava na rua e tinha um rapaz morto e ngm fazia nada. Perguntei pra um guardinha " mas ele ta morto?" E ele disse " ta, mas falaram pra eu nao ligar pra policia. Falei que eu ia ligar então. Corta pra um outro sonho totalmente aleatório onde eu tava em casa, era um apartamento, e de repente chego a professora do ano passado do mateus, com todas as crianças e vieram ter aula aqui em casa. Eu comecei a ficar chateada pq ngm me avisou nada. De repente chegam os pais dos alunos, um monte de gente que eu nunca vi na vida, e eu fico mais puta ainda com não ter sido avisada de nada. Reclamo com a minha mãe e ela liga pro colegio e simplesmente tira os meninos do colegio, e eu pensei " caralho, mas tb nao era pra isso". Acordei, os meninos estão enlouquecidos, ta foda, só chove, ta muito dificil. Fui tirar meu tarot e a carta de hoje é o dependurado. Aguentar o sofrimento mesmo e foda-se. Não tem o que fazer além de aguardar e tentar ver alguma graça nessa vida de ponta a cabeça.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

153º dia de quarentena

E seguimos aquartelados, sem previsão nenhuma de saída. As coisas meio abriram na cidade, mas cinema, teatro, shows e escolas permanecem fechados ou com aulas a distancia. Além disso, tem o medo, restaurantes estão abertos, mas quem tem coragem de ir a um restaurante? Praças estão fechadas, mas campos de futebol estão abertos, ainda assim não tenho coragem de sair com as crianças, que foram correr num desses campos 1 dia, desses 153 que estamos trancados, e que nos deixou cheios de culpa e medo. Estou ha dias querendo ver minhas amigas, tentar tomar uma cerveja com uma distancia razoàvel uma das outras, mas não consigo, sinto medo. Me sinto triste, acuada, temerosa. Tudo me tem feito chorar, sinto que desaprendi. Desaprendi de escrever, de pesquisar, desaprendi como escreve um artigo, desaprendi de andar na rua, desaprendi de rir, desaprendi de aglomerar. Meu coração dispara vez ou outra, medo de uma notícia ruim. Penso na minha vó e na minha mãe todo dia, dei de pensar no meu pai também e me sentir culpada por ter sentido raiva ou desprezo por ele um dia. Acho que tentei rejeitar ele numa tentativa inutil de fingir que não sentia a falta dele. Numa tentantiva inutil de fingir que ele não teria me dado colo, enxugado minhas lagrimas, me amado. Fingi que não fazia falta pra não transbordar a falta que fez. No dia dos pais eu chorei de saudades como ha muito não chorava.... tenho tentado achar um centro mas não consigo. Costumavam ser as crianças, que - apesar do trabalho e da loucura - sempre trouxeram muita leveza. Eles são tão felizes e tão risonhos e tão satisfeitos de estarmos juntos o tempo todo, que isso me alimentava. Mas de uns tempos pra cá, talvez porque a Pandemia e o enclausuramento tenha por fim pego eles, mas o fato é que eles também perderam parte da leveza, tem andado irritadiços, arredios, brigões... e aí se foi também meu eixo. Me culpo por ter que terminar esse doutorado, que nem sei se quero mais porque nem é a mesma coisa que eu fazia antes, me culpo por não estar feliz, por não poder dar assistencia pra minha familia - e aqui incluindo minha mãe, meu irmão, minha avó - por não estar aproveitando tudo que poderia com Daniel. Uma das unicas coisas agradáveis nessa quarentena tem sido planejar nossa viagem de carro pela América do Sul, mas falo dela melhor depois. Hoje eu resolvi voltar a fazer minha jornada com o tarot, dessa vez com o marselha. Vamos ver como será. Começamos logo com o Papa, que fala das estruturas,dos líderes a seguir, de quem passa conhecimento. Espero que seja um bom presságio <3