sábado, 26 de novembro de 2016

Algo se quebrou aqui. Na magia que a casa com quintal tinha, na magia que morar no interior tinha, na magia que uma cidade tranquila pra criar os filhos numa casa com grama tinha. Não sei quando, não sei onde, mas alguma coisa acabou aqui dentro. A gente vai conversando, tentando, lutando, tem dia em que eu quase acredito que vai dar certo, mas no segundo seguinte ja desacredito de novo. Não sei ha quantos dias eu nao fico feliz, feliz mesmo, na essência. Eu tinha aberto mão de lutar, tinha me dado o direito de só seguir dessa vez. Aí hoje fui ao mercado e já voltei planejando sobremesa especial pra amanhã, domingo, oleo essencial no difusor pra equilibrar as energias.... e já tô eu lutando de novo. Devia me orgulhar disso, inclusive, mas não me orgulho porque no final eu fico ainda mais frustrada por estar lutando tanto e nada funcionar. Hoje no lanche da tarde, peguei a garrafa de café e um prato e quando a garrafa encostou na mesa, quebrou. A garrafa do meu avô. A garrafa do meu avô quebrou e eu fiquei me culpando, por te-la encostado na mesa. Mas como não encostaria? Quebrou porque estava velha mesmo, só comigo ela ja tinha quase 6 anos, fora o tempo que meu avô usou... devia ter quase dez anos essa garrafa, pensando assim me surpreende que tenha resistido tanto. E quebrou. Quebrou e agora eu fico me perguntando porque aceito essa vida infeliz. De alguma forma a garrafa ter quebrado faz eu me perguntar porque. Porque to vivendo essa bosta. Eu gosto de mentalizar que são fases. Não sei se são. enfim, queria minha garrafa - e minha felicidade - de volta.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Os passaros voam

Ha tempos querendo escrever sobre as mais diversas sensações que a vida tem trazido, não falei da mudança, não falei da adaptação, não falei das novas amizades, nem da expectativa de - após 5 anos - retomar a pesquisa, não falei sobre o mundo que se descortinou, sobre a dificuldade de reorganizar a rotina, sobre a dificuldade de sermos só eu e Daniel por aqui. Não falei de nada. Estou agora levantando bibliografia pro meu projeto de doutorado, estou com medo. Não sei se ainda sei pesquisar, não sei se ainda consigo. Pra ser bem sincera a sensação é de que eu nunca fiz sozinha. E aí me bate uma saudade, um medo. Me lembro sempre de ter tido você, me lembro sempre de ter podido contar cm você. DE ter ouvido suas idéias, de ter debatido elas, de abrir o email e ter referencias que você achou por aí. E caralho que saudades eu sinto. Que merda de saudade eu sinto de ir ao campo e ter você ao meu lado. Talvez - muito provavelmente - a saudade que eu sinto não é da sua pessoa especificamente. Mas desse apoio, dessa troca que não virá mais de local nenhum e que me deixa desamparada. Muita gente não gosta de se relacionar com quem trabalha, pois eu amava. Talvez fosse inclusive o que eu mais amava. Ter seu apoio constante ali. Se eu me esforçar um pouco pra buscar na memória, talvez tenha sido onde você nunca falhou comigo e eu não terei dessa vez, estou com medo. Questiono a minha real capacidade de fazer isso sozinha. E caralho no doutorado, onde eu tava com a cabeça pra me meter num doutorado!!!!!! Mas eu vou. Vou acreditar que sou forte e vou buscar outros suportes quando forem necessarios. Nunca mais eu tinha sentido sua falta, até tentar catalogar meu lattes e lembrar que fazíamos isso juntos, e que agora farei sozinha. Mas vou. A escrita aqui funciona pra exorcizar mais esse pedaço, que ficou escondido aqui ao meu lado. Mas que quando eu me descobrir capaz, vai embora também. E de novo daremos Adeus. E dessa vez não vai doer.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

4 Outonos

Meu Primogênito faz 4 anos e quero deixar registrada uma carta pra ele Você chegou numa sexta feira 13, as 21:20. Meu Ariano com ascendente em Sagitário chegou mostrando a que veio, inquieto desde a barriga, mudou todas a nossa estrutura. Mudou meus horários, minha rotina, mudou minha maneira de enxergar o mundo. Como poderia me reconstruir sem primeiro destruir o que havia de antigo? A energia do Mateus é assim, destruidora, desestabilizadora, questionadora. Luto diariamente ha quatro anos para conseguir orientar toda essa energia para o lugar certo, para poder ajudar meu filho a se descobrir, ajuda-lo na dura tarefa de crescer, de entender o mundo. Meu pequeno que me transformou em mãe, meu pequeno que aguenta todos os meus altos e baixos. Meu grande amor, que fez surgir uma família. Talvez ele não saiba ainda, mas eu preciso muito mais dele do que ele de mim, do seu olhar sincero, do seu sorriso acolhedor, do seu abraço que tudo perdoa. Mamãe te ama