sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sobre Laranjas e Filmes pornôs

Eu já comecei e terminei essa postagem tantas vezes que agora quando fui entrar reparei que as ferramentas do blog tinham mudado e eu não tinha visto ainda. Entre choros de bebê, artigos de morcegos, roupas e louça pra lavar, eu quase não tenho tido tempo pra uma das coisas que eu mais gosto. Escrever. Eu vou tentar, novamente, transformar isso em rotina. Cada vez que eu entro aqui e leio as coisas eu gosto de poder ver meu passado. Não escrever tira isso um pouco da gente.
bom, meu bebê fez seis meses [ahhhhhh quero que ele volte pro úteroooo] e eu comecei com a alimentação complementar. Como boa mãe e bióloga, quis oferecer alimentos saudáveis pro Mateus. Resolvemos, eu e o pai dele, dar alimentos organicos. Sem agrotóxicos e cultivados de forma natural e sustentável. Pesquisa vai, pesquisa vem, achamos um hortifruti de organicos perto de casa, fomos lá fazer nossas compras e ficamos HORRORIZADOS. Sim horrorizados. As cenouras são bem menores, as batatas são sujinhas, as bananas não são tão bonitas e as laranjas não brilham. Ficamos horrorizados tentando imaginar a  quantidade de química que é colocada nos alimentos "normais" pra que eles fiquem daquela forma, de um jeito que larvinha nenhuma quer chegar perto. Os alimentos, na vida real não são perfeitos como no mercado, e isso é óbviu. Na natureza as coisas não são limpinhas, redondinhas, arrumadinhas, e não duram o tempo que uma laranja comprada no mercado dura. PENSEM NA QUANTIDADE DE AGROTÓXICOS QUE ELAS TEM!!! E isso me fez refletir sobre a vida. Sobre pessoas que ficam tomando remédio pra emagrecer e passam horas na academia pra parecerem perfeitas, e que no mundo real, nada é assim!!! E pensando sobre isso, eu cheguei aos filmes pornô!!!
Eu sempre gostei de achar que eu era liberal e tinha a mente aberta. Mas algo não fluía. Eu não gosto de filme pornô. Eu nunca soube direito porque, e achava ruim isso... parecia coisa de gente retrógrada, de gente careta e quadrada. E eu não era assim. Depois do hortifruti organico eu percebi. Não gosto de filmes assim porque são falsos, são artificiais, assim como as laranjas do mercado. São impecáveis e justamente por isso, não são me apetecem!
Fiquei feliz. A partir de agora só mundo real, sem a falsa perfeição da matrix!

domingo, 3 de junho de 2012

Nasceu!

Sim, enfim nasceu Mateus. Lindo, cheiroso e emburradinho, como eu achei que fosse ser. E foi só isso, de resto absolutamente nada tem sido como eu imaginei. Tenho tentado não perguntar "porque comigo" e sim buscar entender quais são os planos de Deus pra que isso esteja acontecendo na minha vida. Pra começar, o parto. Teoricamente só 15% das gestações tem indicação de cesárea. Até pouco tempo atras eu nem sabia que essas indicações existiam. Pra mim TODA gestação podia terminar em parto normal, e só fazia cesareana quem tinha preguiça. Só as mulheres fracas e que não queriam sentir dor, só essas agendavam suas cesareas e iam lá, belas e maquiadas retirar seus bebes do útero. Eu não, eu era forte, eu queria sentir as contrações, eu IA ter meu parto normal, simples assim. Comecei a achar que talvez não fosse assim um ano antes de engravidar, quando minha cunhada engravidou. Lá eu percebi que alguns médicos não gostavam de esperar o tempo que um parto leva... reafirmei isso quando eu engravidei e tive que mudar de médico duas vezes pra conseguir um que simplesmente topasse aguardar o parto normal. A gestação foi seguindo e meu bebe SEMPRE esteve sentado. Durante muito tempo isso não me preocupou, uma vez que meu obstetra disse que sabia fazer parto pélvico, então pra mim, era só uma forma diferente de nascer. Sem saber exatamente os riscos, cuspi muito pra cima ao achar absurdas as mulheres que falavam que não tinham parido só porque seus bebes estavam sentados. Mais uma vez, achei que era só por preguiça de fazer um pouco mais de força e sentir um pouco mais de dor. Resolvi ler sobre o assunto e comecei a ver que não era assim tão simples, fiz exercícios pra o bebe virar naturalmente, mas TODO mundo dizia: "Não se preocupa não, ele vira. 97% dos bebes viram". Pô, 97% era MUITA coisa. Não é possivel que EU, logo EU que sempre quis ser mãe, que sonhei com o parto e com a amamentação, logo EU ia ser a presenteada! Pois bem, eu FUI. Fiz exercícios, fiz acupuntura e NADA. Lendo alguns artigos sobre o assunto vi que o fato de o bebe estar sentado podia causar alguns problemas na hora do parto e que aumentava os risco de morbidade fetal. Ahhhh, mas isso era uma porcentagem pequena, ressaltavam todos os artigos. Na minha cabeça só passava "Mas eu já fiquei nos 3% da porcentagem, pra cair em outra porcentagem pequena pouco custa, e se isso custar a vida ou a saúde do meu bebê, eu vou me perdoar?" Decidi que ser mãe começava por saber fazer escolhas não só pelo que EU queria, mas pelo que seria melhor pro meu filho e com isso, depois que eu entrei em trabalho de parto e o bebê continuou pélvico, eu optei pela cesárea, que foi infernal pra mim, mas que eu acredito ter sido a melhor coisa pro meu bebê.
Bom, depois de ter encarado tudo isso, o resto era festa, né? Ledo engano. Primeira consulta no pediatra e o diagnóstico: pouco leite. Meu bebe não tinha engordado e eu precisava dar leite artificial. Nossa, desmoronei mais uma vez... Mais uma vez eu estava lá no mínimo da porcentagem, tem gente que diz que TODA mãe pode amamentar... mas e eu, e eu que quero TANTO, porque justo EU não consigo? Mais uma vez eu me pego tentando encarar os julgamentos que eu fiz de outras mulheres quando ouvia que elas não tinham leite, ou tinham o leite fraco, ou qlqr coisa do tipo. Várias vezes eu pensei:"Mentira, elas não tem é força de vontade". Cuspi pra cima novamente. Estou tentando ter paz e serenidade pra buscar ajuda e mais ainda pra entender que isso não faz de mim uma mãe pior. É dificil, é MUITO difícil, mas estou lutando. 

sábado, 24 de março de 2012

Novidades!

Querendo escrever ha milenios. Querendo contar como anda a vida e como eu me sinto com essa barrigona de 9 meses! Ahhhh sim por que eu já estou com 9 meses. Todo mundo quer saber se eu to ansiosa... mas é tanta coisa que ainda falta que nem sei se da tempo de ficar ansiosa, fora que a vida inteira eu sonhei com esse barrigão, e sabe-se lá quando eu vou ter outro, então to tentando registrar cada uma das sensações... o berço ainda não chegou, o toldo ainda não chegou, não sei em qual posição Mateus está, e apesar dessa coisa de Parto Normal ser linda, ele pode nascer durante as próximas 4 semanas, então fica dificil saber se está realmente perto. Eu acho que vai nascer lá pela primeira semana de abril, o pai acha que vai nascer lá pela última, faltam mil coisas de farmacia pra resolver....
E no meio disso tudo eu tenho vida né? Ainda estou trabalhando. Sim por que eu acho que ficar em casa ia ser pior ainda pra minha ansiedade...
Tenho que escrever a minha dissertação de mestrado, o que se torna muito dificil por vários motivos - não consigo ficar sentada muito tempo, o útero pressiona as costelas e fica dificil respirar. - não é a dissertação que eu sonhei estar escrevendo, queria estar falando de reprodução, mas como minha paixão pelo assunto foi tão grande, acabei resolvendo me reproduzir também no meio do processo, o que dificultou a coleta de dados...
E o mais complicado nisso tudo é não ir pra campo. Como eu vou escrever sobre morcegos, sobre levantamentos, se eu não to conseguindo VIVER isso??? Acho que no final está sendo uma fuga minha. Não leio os trabalhos, logo, não me lembro o que perco. O cheiro de mato, as dores no corpo, o cuidado com os morcegos... passar a noite esperando um bichinho diferente, torcer pra ver as morcegas barrigudas... rezar pra noite não ser tão fria...
Sinto uma falta absurda dos meus campos e escrever a dissertação sem eles tem sido um desafio e tanto...

Quanto à vida de casada, não sei dizer ainda... na verdade, não sei se me sinto casada... acho que parece um eterno final de semana que eu vim passar na casa do Dani. Sim por que pra mim ainda é assim - a casa do Dani.
Queria sentir que é a minha casa, mas ainda não rolou.
Muitas coisas ainda são confusas, mas a vida se encarrega de resolver. Espero saber encarar uma vida a dois com um bebezito!
Alias, MEU bebezito.. minha maior fonte de alegria nesse momento.

Ao mesmo tempo que eu quero MUITO ver o rostinho dele e descobrir que cheiro ele tem, eu quero que ele fique mais tempo na barriga....