quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Voltei, 3 meses depois, reli o texto de agosto e fez tanto sentido.... eu fico esperando passarem as datas importantes e o que eu ganho com isso? O aniversário de casamento foi bom, mas logo depois foi ruim de novo. O meu aniversário foi estragado, apesar de ter dado pra catar caquinhos e reorganizar. O festival foi bom. O seu aniversário também foi estragado, embora eu espere que você consiga catar os seus caquinhos e seguir também. Eu olho pra tudo isso e só consigo pensar em quanto tempo a gente ta perdendo, sofrendo e se magoando, por outro lado as vezes tudo parece tão alinhado e eu queria TANTO que desse certo... eu queria TANTO. Mas eu não sei, a verdade é que eu não sei a fórmula pra fazer dar certo e eu não sei se o caminho tem que ser assim mesmo. Eu acho que eu devia anotar e avaliar se eu to sendo mais feliz ou mais triste. MAs por quanto tempo? Quanto tempo é razoável? Eu estou só no ponto esperando o onibus sem desistir porque já esperei demais???? O grande medo do desconhecido, o grande medo de não dar conta sozinha, o grande medo de que sozinha seja ainda pior e eu só vou descobrir quando estiver lá. O medo de traumatizar as crianças... é tão mais fácil olhar pro lado e apontar as falhas dos outros, enquanto aqui, tantos buracos... queria conseguir conversar com alguém. Queria conseguir ouvir alguém. Queria ter o colo de alguém... Queria um sonho que me iluminasse. Queria sinais (mas eu já não tive todos???). Volto em alguns meses. Agora é perto demais do natal, depois vai ser perto demais do aniversário do Vicente e do carnaval...

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Quase quatro meses depois, volto aqui pra continuar me salvando. Onde que eu me perdi da minha vida? Onde que esse caos passou a reinar... Se a proposta é da vida toda, parece que esses meses são bem pouco, mas aqui de dentro do caos eles são eternos. Eu sou horrível de compartilhar dores, embora eu pareça ótima em compartilhar a vida... o que me dói de verdade fica. Eu não tenho coragem de jogar no mundo, eu não tenho coragem de olhar de frente pra tudo isso... eu queria uma resposta rápida do universo, do tarot, de um sonho, de uma musica. Qualquer coisa que fosse alheio e soubesse melhor do que eu como resolver a todos os meus problemas. E sempre falta mais um tico. vou deixar passar o aniversário de casamento, o meu aniversário, deixar pra depois do festival, depois do seu aniversário, não vou terminar tão perto do natal, e agora só ano que vem... depois do carnaval, depois do aniversário das crianças, depois do dia dos namorados, tão perto do nosso aniversário de casamento, e tudo de novo. Qual dia é bom? Qual dia dói menos? Qual dia funciona pra terminar quinze anos juntos? Eu QUERO terminar quinze anos juntos? Eu não quero mais nada. Eu só queria um pouco parar de sofrer...

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Hoje eu vim aqui pra me salvar. Não sei ainda de quê ou de quem, mas senti que precisava vir despejar palavras soltas pra organizar algo por dentro. Não sei o que ta acontecendo, mas eu venho, releio um pouco os textos, relembro um pouco quem eu sou e sinto que isso me salva as vezes, na maioria das vezes. O projeto se tornou real e eu vou pro maranhão. Morar? Não sei. Sozinha? Não sei. Que doideira seria ir morar sozinha em outro estado. Enquanto isso tudo desmorona aqui, embaixo do nosso teto. Não sei se estamos tentando segurar as pilastras ou se estamos só abraçados, chorando, esperando tudo ruir de uma vez por todas. As vezes eu sinto tanto medo, as vezes eu sinto tanta segurança. Eu fiquei esse tempo todo por falta de opção??? Não duvido do que eu sentia, ou sinto, mas quando eu tento imaginar o pior cenário, ele ainda parece uma opção viável, pq eu tenho recursos. No fim é só sobre ter recursos???? Aprendi com o Dani que achar que não pode piorar é pura falta de imaginação, e eu sei que talvez a dor seja lancinante.Talvez eu só tenha esquecido como é sofrer assim...mas a vida tem me dado tanta segurança em mim mesma. De repente é isso que chamam de maturidade, eu gosto.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Se fosse um filme

As vezes eu gosto de gastar meu tempo na utopia, na fuga da realidade de como teria sido de tudo fosse um filme. E eu me embrenho nesse roteiro, e eu fantasio amores eternos, reviravoltas e todo o tipo de clichê que Hollywood me ensinou a amar. E eu vejo comédias romanticas e leio livros água-com-açúcar, onde todo mundo tem um final feliz que me faz acreditar em destino, em deuses, em magia... e a minha vida de faz-de-conta existe pra que a minha vida real não seja tão tortuosa, pra que eu tenha caminhos dentro de mim onde eu revivo um amor sem dores, ou onde eu cruzo com um príncipe encantado no cavalo branco, que - entre todas as donzelas possíveis - escolhe a mim. E eu sou especial, e eu sou a protagonista desse roteiro, ao invés de ser apenas mais uma pessoa lavando louça enfiada numa cidadela qualquer. Eu fujo, porque quando eu volto a minha louça ainda tá lá. E eu gosto mais dela depois de ter ido passear no mundo...

Apontamentos para um romance

Em 2008/2009 a gente participava juntos do movimento estudantil e passou alguns dias dormindo pelas salas da mesma faculdade pra debater coisas que julgávamos importantes na época. Eu não lembro, ele também não. Em 2017, já biólogos, assistíamos a mesma palestra e levávamos o mesmo tapa de um dos melhores divulgadores científicos que a mastozoologia já viu. Também não lembramos. Em 2019 eu assisti a uma palestra dele, é a primeira vez que me lembro de tê-lo visto, embora os registros digam o contrário. Eu não gostei. Achei arrogante, pedante. Pedi a palavra no final e discordei de tudo que ele havia dito. Fui aplaudida e fiz amigos por causa dessa discordância... pessoas me chamavam num canto pra dizer "obrigada por ter dito o que eu pensava". A pandemia veio no ano seguinte e começaram a chegar até mim vídeos seus. Só aí eu descobri que vc era famoso na nossa bolha, e eu detesto homens famosos. Evitei ver seus vídeos, evitei te seguir nas redes sociais, falei mal de você com cada pessoa que te elogiava pra mim e citava o evento do congresso de 2019. Em 2022 VOCÊ organizou o congresso, e eu fui pra praia ver você falar... menos absurdos dessa vez, acho que você tinha amadurecido, e aí eu reparei que você era bonito. E aí eu arrumei um pretesto pra falar contigo no evento pra você descobrir que eu existia, não sei se funcionou, deixei pra lá. Afinal, você era arrogante e convencido. Em 2024 me encaminharam uma foto MINHA que você tinha publicado no seu perfil, querendo saber se alguém me conhecia (eu e outras pessoas, sejamos justos, não era algo pessoal). Era uma foto lá daquele evento de 2008/2009,provando que você já tinha me olhado, me visto, e não lembrávamos. Pela primeira vez acho que trocamos meia dúzia de palavras mais intencionais. Dois meses depois você veio ao Rio, mais meia dúzia de palavras intencionais que vieram com promessas dessa vez. E agora a vida ta assim, eu tenho a sensação de que o universo ri. Que colocou a gente mil vezes no mesmo lugar esperando a gente se cruzar, e a gente só se ignorou, no entanto, hoje, cada parte do meu corpo anseia o próximo encontro, sabendo que haverão promessas a serem cumpridas.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Obrigada

Hoje o dia acordou engraçado. Uma pessoa postou uma foto minha de 2008, da época em que eu fazia parte do CA da Biologia, num evento do movimento estudantil, no instagram, me "procurando". Eu não tinha essa foto. Na verdade eu não tenho nenhuma foto desse evento, e quase seria capaz de duvidar que ele existiu de verdade.. mas surgiu essa, e eu senti tanto orgulho da Camila de 2008!!! Aí eu vim aqui reler um pouco esse blog. E eu senti mais orgulho ainda. Como eu era espontanea, e sincera. Como eu gostava de mim. Como eu sempre me senti tão-tão confortável no meu corpo, na minha vida. Eu tenho poucos arrependimentos. Acho que é porque eu sou sincera comigo mesma, que mesmo quando eu erro (e sim, não me arrepender não signfica que eu não erre) eu consigo me perdoar. Eu li alguns comentários antigos aqui também, e, apesar de tuuuudooooooo, eu sinto um quentinho no meu coração. Ainda guardo pequenos pedacinhos de tudo no meu potinho de lembranças. Queria um dia poder conversar contigo sem toda a dor e mágoa, sem todo o turbilhão de sentimentos. Queria poder só te contar que eu vivi momentos tão lindos quanto todas as estrelas do céu. Que meu coração foi tão quentinho quanto uma tarde de verão. Que eu experimentei uma força da natureza dentro de mim, que me ensinou como os sentimentos podem ser. E que foi lindo. E que causou tanta destruição quanto um tornado pode causar, e que eu não quero - nem de longe - estar no meio disso tudo de novo, mas que valeu a pena. Que eu sobrevivi e valeu a pena. Eu li cada palavra e lembrei de como era tudo de verdade. De como era de verdade dentro de mim... Acho que talvez tenha batido mais forte porque ultimamente eu andei me perguntando se eu estava só representando ou se era tudo de verdade aqui também. Nessa época eu não entendia quando Cazuza dizia " de cada amor tu herdarás só o cinismo", mas depois eu entendi. A gente vai perdendo a fé, perdendo as crenças. A gente vai tomando porrada da vida e deixando de acreditar. Eu não quero. Eu quero cultivar, mesmo que não integralmente, a Camila que era comandada por uma onça no coração. A Camila que tinha um leão medroso que arranhava estomagos, a Camila que tinha uma águia avoada na cabeça. A Camila corajosa. A Camila disposta a enfrentar mares revoltos. Não era você, eu sei. Sempre fui só eu mesma. Mas você ecoava isso. Eu ainda acho que minha alma descansava na sua, eu ainda acho que seu espírito ecoava o meu. Ainda acho que em algum local ao lado de uma cachoeira, num outro universo menos terreno, nossos espíritos brincam... Eu quis muito uma pessoa com quem eu pudesse conversar sem ser julgada, uma pessoa que entendesse tudo de quem eu sou e pra quem eu não precisasse explicar os detalhes, porque ela saberia. Eu descobri que essa pessoa sou eu. Esse lugar é aqui, quando eu escrevo. Eu leio e lembro o que eu sentia. E volta. E eu gosto. Eu gosto de ter cuidado de mim desde sempre.... Li hoje, num post de mais de dez anos atras, que eu escolhi me sentir especial pra não me sentir abandonada. Acho que eu estava certa. Eu fui mesmo abandonada, e por isso eu me tornei especial. Cuidadar de mim mesma é meu superpoder nesse mundo doido. Vamos continuar Camila, obrigada <3

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Dia nove eu estava, muito convicta, olhando locais para trabalhar fora de casa, aceitando que talvez esse fosse o primeiro passo de uma mudança muito maior e cogitando que essa mudança maior poderia envolver sim, uma separação. A vida deu um plot twist carpado e eu - alem de ter conseguido um projeto pra participar - consegui me colocar no mesmo patamar para algumas discussões sobre nosso modelo de relação. Sim, todas as conversas desde o dia nove envolvem choro e dor. Por sorte todas elas também envolvem honestidade e uma vontade de construir as coisas e não de destruir tudo (que era bem o que eu queria no ultimo post, destruir tudo). Eu preciso ser bem honesta aqui comigo mesma, eu precisei me colocar nesse lugar pra conseguir sentir que eu poderia discutir os termos da relação do mesmo patamar. Não ia dar certo, não ia conseguir debater as coisas apenas no campo hipotético e só comigo ferida, só comigo sentindo a dor REAL que eu estava sentindo. Não foi uma vingança, foi uma tentativa de equivaler as coisas, de tirar a armadura de todo mundo. Foi foda, mas foi o que precisava. Eu sei que eu corri grandes riscos dele não aceitar esse formato... nem era uma questão de não me perdoar porque eu sabia que não tinha feito nada de errado - assim como ele também não fez - era uma questão exclusivamente de suportar a dor e lidar com a pessoa real que somos ao invés da pessoa idealizada que construímos para nós mesmos. Eu sei que eu fiz coisas que eu disse que não faria, sei que fiz coisas que eventualmente achei que nem gostaria... mas eu gostei. Eu gostei de poder experimentar, eu gostei de poder ser livre de fato e não apenas livre no discurso. E aí é isso né? Lidar com a realidade nua e crua não é exatamente algo agradável mas funcionou pra gente. Funcionou pra gente poder rever nossos conceitos, pra gente perceber que o buraco da dor é maior do que os argumentos racionais. Gosto de saber que o amo. Mas gosto mais de saber que sigo me amando primeiro